hm nesse dia eu parecia levemente mais patológica.
"DIA 2
O mundo se resume a interagir com outras pessoas.
Esse é o fim último de qualquer ser humano.
Se não for assim, a pessoa é vazia.
Não existe crescimento interno espiritual sem interações com o meio externo XTATIC TRUTH
13h44 - movimento tranqüilo, bem menos sol do que ontem. me sinto bem. um pouquinho de sono, talvez.
Tenho que cuidar das crianças com potinhos de yogoberry
BABY I FEEL GOOD FROM THE MOMENT I RISE
POR QUE PASSOU UMA CRIANÇA COM UMA BLUSA DO FLAMENGO? PORRA.
then we, we come and go
I don't wanna know
Isso é uma selva, sério.
O mundo é uma selva.
E nós somos todos selvagens.
Nossa com essa filosofia inédita eu merecia
2 cookies até no mccafé.
OBA! Faltou luz.
Que o meu cookie tradicional e o meu carioca mantenham-se intactos!
14h17 - o tempo vaptou vum vum vum
ouvir klaxons e vendo as luzes se acenderem, uma a uma, em seqüência: priceless".
domingo, 8 de maio de 2011
kinks + luzes + beach house
domingo, 1 de maio de 2011
kerouac + náusea + café
Esses dias tava revendo o que eu escrevia durante o meu trabalho ingrato de janeiro, em que eu ficava cuidando de uma exposição de fotos chatíssima no iguatemi, das 13h às 19h, segunda a sábado. Minhas únicas companhias eram um Moleskine pretinho pequeno (presente de uma pessoa muito querida), uns 3 livros e algumas centenas de músicas. Alguns fragmentos interessantes:
DIA 10 - 22.01.11
"Me sinto muito fora da realidade tão improdutiva. Não é minha vida, é a dos outros, que vêm passear no shopping e olham os quadros e têm interesses e opiniões a respeito deles e querem um cartão (da exposição, diga-se de passagem). Mas é melhor do que ficar em casa, triste. Será?
Me sinto tão triste.
Fui abençoada
no nariz
pela mosquinha;
Foi rápido
e sutil
mas agora
eu enxergo.
Milhões de partículas de beleza flutuaram em volta de mim agora e fizeram com que, por um segundo e um segundo apenas, eu tivesse vontade de sorrir.
Mas elas se mandaram.
Fico me perguntando por que tantas pessoas no shopping circulando lado a lado, tocando-se por acaso e chocando-se desinteressadas são incapazes de INTERAGIR.
Eu odeio esse lugar e o que ele significa. Essa impressão de cidade artificial, esse murmúrio incessante que ecoa e ensurdece; essa hipocrisia pairando bem acima das nossas cabeças; os gritos e o silêncio; os toques, a descontração aparente, tensão por trás de tudo. Todos cansados, com as pernas doendo.
Todos vestindo-se com esmero, intuito de impressionar mais e mais, estar à altura do brilho dourado dos corrimões antigos.
Essa luz que confunde, uma mistura de lâmpadas amarelas e brancas que cega e hipnotiza e a sensação final é essa: a hipnose do irreal que satisfaz qualquer um sedento por alguma coisa".
DIA 10 - 22.01.11
"Me sinto muito fora da realidade tão improdutiva. Não é minha vida, é a dos outros, que vêm passear no shopping e olham os quadros e têm interesses e opiniões a respeito deles e querem um cartão (da exposição, diga-se de passagem). Mas é melhor do que ficar em casa, triste. Será?
Me sinto tão triste.
Fui abençoada
no nariz
pela mosquinha;
Foi rápido
e sutil
mas agora
eu enxergo.
Milhões de partículas de beleza flutuaram em volta de mim agora e fizeram com que, por um segundo e um segundo apenas, eu tivesse vontade de sorrir.
Mas elas se mandaram.
Fico me perguntando por que tantas pessoas no shopping circulando lado a lado, tocando-se por acaso e chocando-se desinteressadas são incapazes de INTERAGIR.
Eu odeio esse lugar e o que ele significa. Essa impressão de cidade artificial, esse murmúrio incessante que ecoa e ensurdece; essa hipocrisia pairando bem acima das nossas cabeças; os gritos e o silêncio; os toques, a descontração aparente, tensão por trás de tudo. Todos cansados, com as pernas doendo.
Todos vestindo-se com esmero, intuito de impressionar mais e mais, estar à altura do brilho dourado dos corrimões antigos.
Essa luz que confunde, uma mistura de lâmpadas amarelas e brancas que cega e hipnotiza e a sensação final é essa: a hipnose do irreal que satisfaz qualquer um sedento por alguma coisa".
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Uma pena.
Todo esse céu,
essa cidade inteira,
todas as nuvens, brancas e azul-escuro,
tentam fazer esquecer
um único rosto,
um único par de olhos (vazios),
um único formato de boca único;
Mas aqui dentro
quem quer lembrar é o coração,
não a cabeça, nem a cidade
nem todas suas diversões diversas.
Que, se fosse pra fazer sentido,
eu não me faria sentir
tão triste, triste;
Eu não resistiria à vida inteira ao redor
clamando por mais vida
aqui dentro.
essa cidade inteira,
todas as nuvens, brancas e azul-escuro,
tentam fazer esquecer
um único rosto,
um único par de olhos (vazios),
um único formato de boca único;
Mas aqui dentro
quem quer lembrar é o coração,
não a cabeça, nem a cidade
nem todas suas diversões diversas.
Que, se fosse pra fazer sentido,
eu não me faria sentir
tão triste, triste;
Eu não resistiria à vida inteira ao redor
clamando por mais vida
aqui dentro.
terça-feira, 12 de abril de 2011
(Coffee Break)
Agora é uma boa hora pra fazer um intervalo entre os posts sobre juventude transviada, e fazer um coffee break.
Rápido pensamento, daqueles que antecedem o sono, mas são importantes demais pra se refletirem apenas em sonho e desaparecerem com o primeiro espreguiço mau-humorado da manhã:
Existe tarefa mais estressante que "aproveitar cada momento como se fosse o último"? Se levássemos o clichê ao pé da letra, possivelmente não. É improvável extrair satisfação de situações cotidianas desagradáveis, sendo desnecessário entrar em detalhes ou especificações.
O que essa expressão popularizada vulgarmente por comerciais de carro do tipo Ecosport quer significar REALMENTE, acho eu, é que a vida deve deixar-se ser percebida. É que tirar conclusões sobre o passado só nos guia pra uma ou duas direções; a nostalgia ou o remorso. Se fôssemos capazes, por outro lado, de identificar os momentos perfeitos enquanto eles acontecem, então seríamos GENUINAMENTE felizes, mesmo que somente durante o período de duração desse momento. Sendo mais humilde, o momento não precisaria nem ser perfeito; bastasse que conseguíssemos enxergar, em tempo real, o curso da vida tomando o seu rumo. Como num filme: ser ator e espectador ao mesmo tempo.
(cena de une femme est une femme)
Talvez possamos, ao olhar pra trás, captar os elementos que nos fizeram mais realizados e iluminados (no sentido não-religioso da palavra, iluminados pela VERDADE) para, no presente ou nas situações futuras, percebermos esses mesmos elementos enquanto eles se fundem pra compor um momento perfeito. Só estaria aí, então, a serventia do passado, apenas na sua função de "educador". E mesmo desse processo racional eu desconfio um pouco.
O click! de que estamos vivendo uma cena única, completa e realizadora se traduz mais como um insight, uma percepção instantânea, repentina, do que por meio de um raciocínio lógico, que perde em força de genuidade para o insight.
Mas isso, é claro, é tudo bobagem de uma estudante que custa a dormir, menos por insônia que por inquietação das idéias.
Rápido pensamento, daqueles que antecedem o sono, mas são importantes demais pra se refletirem apenas em sonho e desaparecerem com o primeiro espreguiço mau-humorado da manhã:
Existe tarefa mais estressante que "aproveitar cada momento como se fosse o último"? Se levássemos o clichê ao pé da letra, possivelmente não. É improvável extrair satisfação de situações cotidianas desagradáveis, sendo desnecessário entrar em detalhes ou especificações.
O que essa expressão popularizada vulgarmente por comerciais de carro do tipo Ecosport quer significar REALMENTE, acho eu, é que a vida deve deixar-se ser percebida. É que tirar conclusões sobre o passado só nos guia pra uma ou duas direções; a nostalgia ou o remorso. Se fôssemos capazes, por outro lado, de identificar os momentos perfeitos enquanto eles acontecem, então seríamos GENUINAMENTE felizes, mesmo que somente durante o período de duração desse momento. Sendo mais humilde, o momento não precisaria nem ser perfeito; bastasse que conseguíssemos enxergar, em tempo real, o curso da vida tomando o seu rumo. Como num filme: ser ator e espectador ao mesmo tempo.
(cena de une femme est une femme)
Talvez possamos, ao olhar pra trás, captar os elementos que nos fizeram mais realizados e iluminados (no sentido não-religioso da palavra, iluminados pela VERDADE) para, no presente ou nas situações futuras, percebermos esses mesmos elementos enquanto eles se fundem pra compor um momento perfeito. Só estaria aí, então, a serventia do passado, apenas na sua função de "educador". E mesmo desse processo racional eu desconfio um pouco.
O click! de que estamos vivendo uma cena única, completa e realizadora se traduz mais como um insight, uma percepção instantânea, repentina, do que por meio de um raciocínio lógico, que perde em força de genuidade para o insight.
Mas isso, é claro, é tudo bobagem de uma estudante que custa a dormir, menos por insônia que por inquietação das idéias.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Juventude (re) transviada - parte I
Estava eu me divertindo com um polígrafo para uma cadeira de história econômica QUANDO, de súbito, desce AQUELA luz que todos nós perceptores da vida já bem conhecemos, como se o espírito do próprio Tony Judt estivesse descendo do paraíso (já? Tony Judt tendo recém falecido, agosto de 2010) e pedindo pra tomar um café comigo (mania de fazer alusão ao título do blog em todas as postagens possíveis) e explicar qualquer coisa que talvez ele soubesse sobre a JUVENTUDE.
Sobre o surgimento da expressão "juventude" na Europa Ocidental no final dos anos 50:
"Usando roupas escuras e apertadas - por vezes de couro, por vezes de camurça, sempre de corte arrojado, e de aparência um tanto ameaçadora-, os blousons noirs (na França), os Halbstarker (na Alemanha e na Áustria) ou os kinknuttar (na Suécia), à semelhança da "juventude transviada" de Londres, exibiam comportamento cínico e indiferente, algo entre Marlon Brando e James Dean. No entanto, apesar de esporádicos surtos de violência, a principal ameaça desses jovens e suas roupas era à noção de decência dos mais velhos".
"Ter roupa específica, de acordo com a faixa etária, era importante como afirmação de independência e mesmo de rebeldia. (...) os jovens gastavam bastante dinheiro em roupas, mas gastavam ainda mais - muito mais- em música". Música pop mais especificamente, já que o jazz se viu marginalizado, sendo apreciado "geralmente, indivíduos com educação formal, burgueses ou boêmios (ou, muitas vezes, ambos)".
Lendo todas essas passagens, meus olhos começaram a soltar faíscas, tornando-se, eventualmente, foguinhos de artifício (sim, qualquer coisa como o clipe de Two Weeks do Grizzly Bear). PORÉM o CLICK veio com a passagem seguinte:
"Os adolescentes europeus do final dos anos 50 e início dos anos 60 não pretendiam transformar o mundo. Tinham crescido com segurança e certa prosperidade. A maioria queria apenas ter uma aparência diferente, viajar mais, tocar música e comprar coisas".
A luz desceu e invadiu toda a escrivaninha, e eu me enchi das mais diversas sensações de satisfação. Não simplesmente porque tinha ENTENDIDO o que Godard quis criticar em Masculino, Feminino e todo o processo histórico que tinha gerado aquela situação, MAS TAMBÉM porque notei qualquer semelhança com a dita "juventude" de hoje.
Há tempos já queria tentar achar uma definição adequada e comum pra essa massa de joverns (vale ressaltar: "massa" reduzida, com acesso a internet e renda suficiente para que se entedie facilmente), e foi Tony Judt, observando as características da geração jovem européia dos anos 50 e início dos 60, que conseguiu resumir absolutamente tudo.
Há certas diferenças, porém. Elas virão num futuro post, quem sabe.
Sobre o surgimento da expressão "juventude" na Europa Ocidental no final dos anos 50:
"Usando roupas escuras e apertadas - por vezes de couro, por vezes de camurça, sempre de corte arrojado, e de aparência um tanto ameaçadora-, os blousons noirs (na França), os Halbstarker (na Alemanha e na Áustria) ou os kinknuttar (na Suécia), à semelhança da "juventude transviada" de Londres, exibiam comportamento cínico e indiferente, algo entre Marlon Brando e James Dean. No entanto, apesar de esporádicos surtos de violência, a principal ameaça desses jovens e suas roupas era à noção de decência dos mais velhos".
"Ter roupa específica, de acordo com a faixa etária, era importante como afirmação de independência e mesmo de rebeldia. (...) os jovens gastavam bastante dinheiro em roupas, mas gastavam ainda mais - muito mais- em música". Música pop mais especificamente, já que o jazz se viu marginalizado, sendo apreciado "geralmente, indivíduos com educação formal, burgueses ou boêmios (ou, muitas vezes, ambos)".
Lendo todas essas passagens, meus olhos começaram a soltar faíscas, tornando-se, eventualmente, foguinhos de artifício (sim, qualquer coisa como o clipe de Two Weeks do Grizzly Bear). PORÉM o CLICK veio com a passagem seguinte:
"Os adolescentes europeus do final dos anos 50 e início dos anos 60 não pretendiam transformar o mundo. Tinham crescido com segurança e certa prosperidade. A maioria queria apenas ter uma aparência diferente, viajar mais, tocar música e comprar coisas".
A luz desceu e invadiu toda a escrivaninha, e eu me enchi das mais diversas sensações de satisfação. Não simplesmente porque tinha ENTENDIDO o que Godard quis criticar em Masculino, Feminino e todo o processo histórico que tinha gerado aquela situação, MAS TAMBÉM porque notei qualquer semelhança com a dita "juventude" de hoje.
Há tempos já queria tentar achar uma definição adequada e comum pra essa massa de joverns (vale ressaltar: "massa" reduzida, com acesso a internet e renda suficiente para que se entedie facilmente), e foi Tony Judt, observando as características da geração jovem européia dos anos 50 e início dos 60, que conseguiu resumir absolutamente tudo.
Há certas diferenças, porém. Elas virão num futuro post, quem sabe.
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domingo, 20 de março de 2011
Acho que o blog precisa dar uma revigorada, ando muito desleixada. Quem sabe uma foto? E, pra fazer jus à proposta cheia de cafeína do blog, pas d'une image inhabituelle:
(e como um pouco de auto-promoção não faz mal a ninguém, o flickr donde tá a foto: www.flickr.com/ffeldens)
E fica um questionamento: como as pessoas têm coragem de achar que o amor pode justificar atos de não-amor?
Dica: trilha sonora do filme The Kids Are All Right! muito legal mesmo, mas infelizmente não achei pra baixar. O cd novo do The Kills também tá bem bacana, se alguém quiser dar uma escutada: http://www.mediafire.com/?d9p8tm8d6fee5fn
(e como um pouco de auto-promoção não faz mal a ninguém, o flickr donde tá a foto: www.flickr.com/ffeldens)
E fica um questionamento: como as pessoas têm coragem de achar que o amor pode justificar atos de não-amor?
Dica: trilha sonora do filme The Kids Are All Right! muito legal mesmo, mas infelizmente não achei pra baixar. O cd novo do The Kills também tá bem bacana, se alguém quiser dar uma escutada: http://www.mediafire.com/?d9p8tm8d6fee5fn
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Achados:
Segundo Chiang, o truque estava em Fernão deixar de ser ver aprisionado dentro de um corpo limitado cujas asas abertas abrangiam a distância de um metro e cuja eficiência podia ser traçada num mapa.
O truque estava em saber que sua verdadeira natureza vivia tão perfeita como um número não escrito, em toda parte e ao mesmo tempo, através do espaço e do tempo.
- Esqueça a fé - dizia-lhe Chiang repetidamente. - Você não precisa de fé para voar; precisou, sim, compreender o que era voar. Isto é a mesma coisa. Tente outra vez.
***
Nous ne pouvons plus choisir nos problémes. Ils nous choisissent, l'un après l'autre. Acceptons d'être choisis.
O truque estava em saber que sua verdadeira natureza vivia tão perfeita como um número não escrito, em toda parte e ao mesmo tempo, através do espaço e do tempo.
- Esqueça a fé - dizia-lhe Chiang repetidamente. - Você não precisa de fé para voar; precisou, sim, compreender o que era voar. Isto é a mesma coisa. Tente outra vez.
***
Nous ne pouvons plus choisir nos problémes. Ils nous choisissent, l'un après l'autre. Acceptons d'être choisis.
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