segunda-feira, 18 de junho de 2012

lixo lixo lixo lixo lixo lixo lixo lixo
lixo lixo um um um um lixo lixo
lixo lixo um um um lixo lixo
lixo lixo um um lixo lixo
lixo lixo um lixo lixo
lixo lixo amor lixo                                                                                       um funeral.
lixo lixo um lixo lixo
lixo lixo um um lixo lixo
lixo lixo um um um lixo lixo
lixo lixo um um um um lixo lixo
lixo lixo lixo lixo lixo lixo lixo lixo



o que brota no peito quando venm essa
sensação
de
preenchimento total do coração,
uma espécie de dor que expande todo e qualquer
pensamento
além fronteiras do cérebro imenso que mesmo assim não sabe perdoar nem esquecer
e também, pra quê?
é uma coisa que vem e que vai, uma COISA Ó OCIOSA Ó
Ó
Ó
Ó
VAI EMBORA
não existe dor igual não existe êxtase igual umligaooutro
êxtase rouba vida êxtase rouba forças êxtase rouba atenção rouba tudo
pra fazer nascer

"it's like giving birth", ele disse, e ele tem
razão

a razão acima de tudo, uma Verdade é o produto
é o filho, é a filha, é o efeito e também a cria
é uma extensão nossa, uma extensão da vida

a dor distorce o êxtase que distorce o efeito e
no final, nasce um produto ruim
nasce ruim essa


inspiração

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Tropeços.

Vivo tropeçando na vida.

Tropeço nas idéias, de vez em outra.
Tropeço na rua, numa laje solta. E esse é o que mais me ocorre. Costumo, inclusive, acrescentar trilha sonora: um "ui", ou um "opa".
Tropeço nas pessosa, esbarro mesmo. Muitas vezes, fico lá, estática, esperando que me estendam a mão para que eu levante: não estendem.
Tropeço também nos planos, nas certezas, nas dúvidas.
Tropeço nas promessas, nas decisões e nos amores.
Ah, e esse daí é o que me faz cair mais feio. Esborracho-me toda. Ralo os joelhos, os cotovelos, o coração. Faço manha, é claro, mas nada que um mertiolate não resolva! E pronto: ergo-me novamente, pronta pra voltar a caminhar.
Mas tropeçar é um troço que cansa, cansa tanto que, às vezes, não dá vontade de continuar caminhando.
Foi então que me perguntei: qual seria a razão dos meus tropeços serem TÃO freqüentes?
A resposta não tardou a aparecer:

é que ando de cabeça erguida.

homenagem a galeano

tou terminando de ler "o livro dos abraços", do eduardo galeano.
é simplesmente imperdível. lindíssimo.
lá pelas minhas andanças por buenos aires, chamou minha atenção uma frase pichada nos muros de uma casa praticamente em ruínas. lembrei então da série "Dizem as Paredes", que é justamente frases ou gritos escritos ou protestos em muros ou qualquer lugar nas ruas de cidades latinoamericanas. Resolvi fazer a brincadeira:

Nas paredes do Boca (um bairro completamente à margem do resto da cidade):
"Ni casas sin gente,
ni gente sin casa".