terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Tropeços.

Vivo tropeçando na vida.

Tropeço nas idéias, de vez em outra.
Tropeço na rua, numa laje solta. E esse é o que mais me ocorre. Costumo, inclusive, acrescentar trilha sonora: um "ui", ou um "opa".
Tropeço nas pessosa, esbarro mesmo. Muitas vezes, fico lá, estática, esperando que me estendam a mão para que eu levante: não estendem.
Tropeço também nos planos, nas certezas, nas dúvidas.
Tropeço nas promessas, nas decisões e nos amores.
Ah, e esse daí é o que me faz cair mais feio. Esborracho-me toda. Ralo os joelhos, os cotovelos, o coração. Faço manha, é claro, mas nada que um mertiolate não resolva! E pronto: ergo-me novamente, pronta pra voltar a caminhar.
Mas tropeçar é um troço que cansa, cansa tanto que, às vezes, não dá vontade de continuar caminhando.
Foi então que me perguntei: qual seria a razão dos meus tropeços serem TÃO freqüentes?
A resposta não tardou a aparecer:

é que ando de cabeça erguida.

homenagem a galeano

tou terminando de ler "o livro dos abraços", do eduardo galeano.
é simplesmente imperdível. lindíssimo.
lá pelas minhas andanças por buenos aires, chamou minha atenção uma frase pichada nos muros de uma casa praticamente em ruínas. lembrei então da série "Dizem as Paredes", que é justamente frases ou gritos escritos ou protestos em muros ou qualquer lugar nas ruas de cidades latinoamericanas. Resolvi fazer a brincadeira:

Nas paredes do Boca (um bairro completamente à margem do resto da cidade):
"Ni casas sin gente,
ni gente sin casa".